Érica Viegas Ide
Após a queixa da família, da escola ou até
mesmo do próprio aluno, é realizado um diagnóstico psicopedagógico a fim de verificar qual a dificuldade ou bloqueio que impede esse aluno de
progredir na aprendizagem.
De
posse das informações necessárias ao diagnóstico é preciso agora entrar com a
intervenção, que segundo Sisto (1996), quando discute sobre a intervenção
psicopedagógica, destaca a importância da relação mútua que o psicopedagogo
deve fazer diante do diagnóstico psicopedagógico e a intervenção, pois é
necessário um bom diagnostico “para o planejamento de uma intervenção
adequada.” (Sisto, 1996 p.113).
O
autor ainda mostra o que significa intervir, já que esse é um termo muito
utilizado por professores e psicopedagogos. “O dicionário nos informa que um
significado para a palavra intervenção é 'mediação' e, para o verbo intervir,
'colocar-se no meio'.” (Sisto 1996, p.114).
Portanto,
o objetivo da intervenção psicopedagógica
na aprendizagem é “de fazer a mediação entre a criança
e seus objetos de conhecimento.” (Sisto 1996, p.115)
Sendo
assim, Sisto também apresenta algumas atividades estratégicas, que podem ser
realizadas nas intervenções psicopedagógicas com o aluno.
Primeiramente
ele fala da recuperação, onde o psicopedagogo tem como “objetivo repassar os
conteúdos escolares e os hábitos de aprendizagem, tendo como hipótese que,
sanando as deficiências nestes aspectos, o processo de aprendizagem
transcorrerá sem nenhum problema.” (Sisto 1996, p.123).
Parafraseando
Sisto, outras atividades psicopedagógicas seriam as brincadeiras, jogos de
regras e a dramatização desenvolvidas com todas as crianças, independente de
sua dificuldade de aprendizagem, uma vez que o objetivo delas consiste em
contribuir com o processo de desenvolvimento das crianças nos níveis de
pensamento e afetividade.
Ainda
no campo das necessidades da criança no trabalho de intervenção
psicopedagógica, citaremos os autores Dockrell e McShane (2000), que afirmam
que quanto mais cedo houver a identificação e a remediação das dificuldades de
aprendizagem é possível prevenir, e assim, não chegar ao temido fracasso
escolar.
Os
autores dizem o seguinte:
Ao
lidarmos com uma criança que possui história de fracassos anteriores, devemos
empenhar nossos esforços para mudar a atribuição causal do fracasso. Vários
estudos mostram que um método eficiente para fazer isto é relacionar os
fracassos passados com insuficiente esforços e os sucessos passados com
empenhos de esforços. Isto ajuda a promover a persistência e a dedicação de
esforços. (Dockrell; McShane, 2000, p.171)
A
“eliminação” da dificuldade de aprendizagem é outra questão explorada por esses
autores, pois segundo Dockrell e McShane, a criança poderá apresentar
dificuldades a vida toda, mas que quando compreendidas pode-se diminuir o
impacto na vida do aprendiz. Assim, para que se ocorra a diminuição dessas
dificuldades o profissional precisará da interação entre teoria e prática.
“A teoria pode dar informações à prática
sugerindo as dimensões relevantes para a avaliação e a intervenção. A prática
pode dar informações à teoria fornecendo um teste crítico das implicações de um
modelo.” (Dockrell; McShane,2000, p.183)
No
entanto, (Sisto 1996) e os autores
Dockrell e McShane (2000), focam apenas em uma intervenção psicopedagógica
diretamente com a criança, porém nos capítulos anteriores verifica-se que é
necessário que o psicopedagogo analise todos os envolvidos como a criança, a
família e principalmente a escola e os professores, e assim efetuar as devidas
intervenções com cada um desses participantes.
Referências:
SISTO,
Fermino Fernades. [et al]. Atuação
psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.
DOKRELL,
Julie e MCSHANE, John. Crianças com dificuldades de aprendizagem: uma
abordagem cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.