sexta-feira, 15 de março de 2013

INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA



Érica Viegas Ide

Após a queixa da família, da escola ou até mesmo do próprio aluno, é realizado um diagnóstico psicopedagógico a fim de verificar qual a dificuldade ou bloqueio que impede esse aluno de progredir na aprendizagem.
            De posse das informações necessárias ao diagnóstico é preciso agora entrar com a intervenção, que segundo Sisto (1996), quando discute sobre a intervenção psicopedagógica, destaca a importância da relação mútua que o psicopedagogo deve fazer diante do diagnóstico psicopedagógico e a intervenção, pois é necessário um bom diagnostico “para o planejamento de uma intervenção adequada.” (Sisto, 1996 p.113).
            O autor ainda mostra o que significa intervir, já que esse é um termo muito utilizado por professores e psicopedagogos. “O dicionário nos informa que um significado para a palavra intervenção é 'mediação' e, para o verbo intervir, 'colocar-se no meio'.” (Sisto 1996, p.114).
            Portanto, o objetivo da intervenção psicopedagógica na aprendizagem é “de fazer a mediação entre a criança e seus objetos de conhecimento.” (Sisto 1996, p.115)
            Sendo assim, Sisto também apresenta algumas atividades estratégicas, que podem ser realizadas nas intervenções psicopedagógicas com o aluno.
            Primeiramente ele fala da recuperação, onde o psicopedagogo tem como “objetivo repassar os conteúdos escolares e os hábitos de aprendizagem, tendo como hipótese que, sanando as deficiências nestes aspectos, o processo de aprendizagem transcorrerá sem nenhum problema.” (Sisto 1996, p.123).
            Parafraseando Sisto, outras atividades psicopedagógicas seriam as brincadeiras, jogos de regras e a dramatização desenvolvidas com todas as crianças, independente de sua dificuldade de aprendizagem, uma vez que o objetivo delas consiste em contribuir com o processo de desenvolvimento das crianças nos níveis de pensamento e afetividade.
            Ainda no campo das necessidades da criança no trabalho de intervenção psicopedagógica, citaremos os autores Dockrell e McShane (2000), que afirmam que quanto mais cedo houver a identificação e a remediação das dificuldades de aprendizagem é possível prevenir, e assim, não chegar ao temido fracasso escolar.
            Os autores dizem o seguinte:

Ao lidarmos com uma criança que possui história de fracassos anteriores, devemos empenhar nossos esforços para mudar a atribuição causal do fracasso. Vários estudos mostram que um método eficiente para fazer isto é relacionar os fracassos passados com insuficiente esforços e os sucessos passados com empenhos de esforços. Isto ajuda a promover a persistência e a dedicação de esforços. (Dockrell; McShane, 2000, p.171)

            A “eliminação” da dificuldade de aprendizagem é outra questão explorada por esses autores, pois segundo Dockrell e McShane, a criança poderá apresentar dificuldades a vida toda, mas que quando compreendidas pode-se diminuir o impacto na vida do aprendiz. Assim, para que se ocorra a diminuição dessas dificuldades o profissional precisará da interação entre teoria e prática.
             “A teoria pode dar informações à prática sugerindo as dimensões relevantes para a avaliação e a intervenção. A prática pode dar informações à teoria fornecendo um teste crítico das implicações de um modelo.” (Dockrell; McShane,2000, p.183)
            No entanto, (Sisto 1996) e os autores  Dockrell e McShane (2000), focam apenas em uma intervenção psicopedagógica diretamente com a criança, porém nos capítulos anteriores verifica-se que é necessário que o psicopedagogo analise todos os envolvidos como a criança, a família e principalmente a escola e os professores, e assim efetuar as devidas intervenções com cada um desses participantes. 

Referências:
SISTO, Fermino Fernades. [et al]. Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

DOKRELL, Julie e MCSHANE, John. Crianças com dificuldades de aprendizagem: uma abordagem cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.


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